Maputo, 20 de maio de 2025 — Moçambique foi recentemente distinguido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos países africanos que mais se destacam no combate à malária, graças a uma combinação de estratégias inovadoras, parcerias científicas e ações comunitárias eficazes.
A distinção ocorre num momento em que o país intensifica os esforços para eliminar a malária como problema de saúde pública. Entre as principais conquistas que motivaram o reconhecimento internacional está a introdução da vacina R21 contra a malária, iniciada em agosto de 2024 na província da Zambézia. A meta é vacinar cerca de 300 mil crianças, reduzindo significativamente os casos graves e mortes causadas pela doença.
Além disso, Moçambique desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da primeira vacina contra a malária aprovada pela OMS, a RTS,S (Mosquirix), por meio do trabalho do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM). A instituição esteve envolvida em ensaios clínicos que comprovaram a eficácia da vacina, hoje utilizada em diversos países africanos.
Outro pilar dos esforços nacionais tem sido a distribuição massiva de redes mosquiteiras impregnadas com inseticida. Entre 2011 e 2014, mais de 16 milhões de redes foram distribuídas gratuitamente em várias províncias do país, protegendo milhões de famílias contra a picada do mosquito transmissor.
A OMS também destacou a implementação de métodos inovadores de prevenção e controlo da doença, como os projetos-piloto integrados no programa AFRO II, que introduzem soluções ambientalmente sustentáveis e adaptadas às realidades locais.
“Moçambique tem mostrado que é possível combinar ciência, ação comunitária e vontade política para fazer frente a uma das doenças mais letais do continente africano”, afirmou Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África.
Apesar dos avanços, o país ainda enfrenta desafios, especialmente em regiões com alta transmissão, como a Zambézia e a Nampula. No entanto, os resultados alcançados até agora colocam Moçambique como referência na luta contra a malária e reforçam o compromisso de erradicar a doença até 2030, conforme as metas traçadas pela OMS.
Com este reconhecimento, Moçambique se junta a um seleto grupo de países africanos que lideram o caminho rumo a um futuro livre da malária.