
Maxixe, Inhambane — A instabilidade interna na RENAMO voltou a ganhar contornos visíveis na cidade da Maxixe, onde um grupo de antigos combatentes do partido elegeu uma nova liderança local, em clara contestação à direcção nacional.
Os ex‑guerrilheiros afirmam que a actual liderança da RENAMO, sob Ossufo Momade, já não representa os ideais do partido fundado por Afonso Dhlakama. Segundo os insurgentes, a direcção tem falhado na gestão do partido, negligenciado os direitos dos antigos combatentes e afastado as bases da tomada de decisões.
Na Maxixe, os desmobilizados organizaram uma assembleia própria, elegendo uma comissão provisória para gerir as estruturas do partido naquela região. Este acto simboliza a crescente fragmentação interna da RENAMO e o surgimento de estruturas paralelas à hierarquia formal do partido.
A crise não se limita à Maxixe. Em várias províncias, sedes da RENAMO continuam a ser ocupadas ou encerradas por antigos combatentes, que exigem a demissão da actual direcção e a convocação de um congresso extraordinário para redefinir os rumos do partido, este último foi realizado mas foi seletivo e não consenso.
A persistência destas ocupações põe em causa a coesão interna da RENAMO, enfraquece a imagem do partido perante os eleitores e abre espaço para possíveis cisões. Especialistas políticos alertam que, se não houver mediação e diálogo eficaz, a crise interna poderá ter impactos mais amplos na estabilidade política do país.
Enquanto não houver consenso ou mudança significativa, a invasão das sedes da RENAMO continua sem fim à vista, mantendo o partido num clima de tensão e incerteza.
