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Bombeiros Chineses Combatem Incêndio na Baixa de Maputo e Geram Controvérsia

Intervenção de equipa chinesa em loja comercial no centro da capital moçambicana levanta questões sobre autonomia nacional em situações de emergência.

Um incêndio registado na tarde de domingo (30) numa loja situada na baixa da cidade de Maputo teve a intervenção de bombeiros de nacionalidade chinesa para debelar as chamas, gerando um intenso debate nas redes sociais sobre a capacidade de resposta das autoridades moçambicanas.

A presença e atuação da equipa chinesa no combate ao sinistro levantou questões sobre se trata-se de uma empresa privada criada pela comunidade chinesa em Maputo ou de uma cooperação oficial com o governo moçambicano. A China mantém investimentos significativos em Moçambique em diversas áreas, incluindo segurança pública e gestão de emergências.

Internautas moçambicanos manifestaram opiniões divergentes sobre o episódio. Alguns defendem que o governo deveria aproveitar a presença dos bombeiros chineses no país para promover programas de formação e capacitação do Corpo Nacional de Salvação Pública.

O ativista David Fardo expressou indignação com a situação, considerando-a “vergonhosa” para aqueles que afirmam que em Moçambique está tudo operacional. “Nesse tipo de situações, eu fico envergonhado sobretudo quando para tudo em sua casa dependes do vizinho. Temos tantos recursos para dar e vender e alimentar a máquina industrial e pública estagnada mas continuamos dependendo do vizinho”, criticou.

Fardo chegou a fazer referência à música “Magwendere” do artista Felix Silva, sugerindo ironicamente que Moçambique é “um Magwendere” – termo proveniente de Changana que em  português significa “inútil” –, numa crítica contundente à governação e à dependência externa do país.

Outros internautas analisaram a questão de forma mais pragmática, sugerindo que a participação chinesa pode resultar de uma parceria de cooperação e representa uma oportunidade para transferência de conhecimentos técnicos aos bombeiros moçambicanos.

O episódio reacende o debate sobre o investimento na capacitação das instituições nacionais de resposta a emergências e sobre a necessidade de fortalecer a autonomia operacional do país em situações críticas.

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