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Sáb. Jun 7th, 2025

Detido: antigo adido de Moçambique é líder da facção criminosa

Chama-se Marcos Roberto de Almeida (Tuta), e é apontado como o principal lider da facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas de São Paulo.

De acordo com o portal brasileiro de notícias, UOL, foi preso, ontem, Sábado, 17 de Maio, na Bolívia.
Terá sido identificado quando tentava renovar um documento falso (portava um cartão do consulado do Moçambique).

Tuta foi adido comercial no Consulado de Moçambique em Minas Gerais entre 2018 e 2019, mesmo procurado pela polícia de São Paulo.

Ele recebia um salário de R$ 10 mil mensais, o equivalente a 112.820,08 MT (cento doze mil, oitocentos e vinte meticais, oito centavos) tal como terá revelado o ex-cônsul-honorário de Moçambique em Minas Gerais, Deusdete Januário Gonçalves, à Justiça de São Paulo.

Consta, tal como refere o UOL, que Tuts foi apresentado por ministros-conselheiros da Embaixada de Moçambique no Brasil.

Citado, Deusdete, então cônsul terá afirmado que Tuta preenchia todos os requisitos necessários para o cargo e foi contratado com carteira assinada. A sua missão era indicar ao consulado, a cada dois meses, uma empresa disposta a investir em Moçambique.

Para cada contrato, o adido comercial podia receber do governo moçambicano 15% do valor investido pela companhia no nosso país.

De acordo com Deusdete Januário Gonçalves, o então líder do PCC indicou uma empresa de bateria e outra de lixo, que passaram por uma verificação de idoneidade.

O ex-cônsul disse que Tuta não ostentava riqueza e que chegou para uma reunião em num carro velho. Mas promotores do Gaeco (Grupo de Actuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) apuraram que ele só viajava de jato privado e ostentava uma vida de luxo quando era adido comercial.

Num dos telemóveis apreendidos na residência de Tuta havia fotografias dele numa aeronave.

Tuta deixou de ser adido comercial do Consulado de Moçambique, em Minas Gerais, depois  de Deusdete ser chamado como testemunha de defesa num processo sobre lavagem de dinheiro.

O antigo cônsul disse que se sentiu desconfortável, chamou a atenção do adido comercial de forma dura e o desvinculou do consulado.

Tuta, segundo o UOL, fugiu do Brasil em 2020 após ter ficado a saber que era alvo do Ministério Público local. Marcos Roberto de Almeida era o principal investigado da Operação Sharks, que tentava desarticular um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.

Na época, segundo o UOL, Tuta já era considerado o número 1 do PCC em liberdade.

Em 2021, o Ministério Público de São Paulo chegou a anunciar que Tuta foi excluído e morto pelo “tribunal do crime” da facção após ordenar a morte de Nadim Georges Hanna Awad Neto e Gilberto Flares Lopes Pontes, o Tobé, tesoureiro do PCC, sem aprovação formal da cúpula da facção. Porém, depois a promotoria descobriu que se tratava de uma contrainformação por parte da facção para despistar as autoridades.

Tuta estava foragido desde 2024, quando a Justiça de São Paulo o condenou a mais de 12 anos por associação criminosa e lavagem de mais de R$ 1 bilhão entre 2018 e 2019, coincidentemente, no periodo em que foi adido comercial do nosso país).

O Ministério Público avança que Tuta era responsável pelo levantamento de endereços de autoridades e de policiais alvos de possíveis atentados. Em setembro de 2020, escreve o UOL, o nome de Tuta foi citado numa carta de três páginas que denunciava possíveis atentados contra um juiz de Rondônia e funcionários do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) em protesto contra a falta de visitas em presídios federais.

Texto: redacção da MBC TV com UOL

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