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Dissidência da Renamo acusa presidente de desvio de fundos e ameaça ocupar sedes 

Membros dissidentes da Renamo, principal partido de oposição de Moçambique, enviaram uma carta ao Comandante Geral da Polícia da República (PRM) acusando o presidente do partido, Ossufo Momade, de desviar recursos e exigindo a convocação urgente do Conselho Nacional até 15 de julho. O documento, com cópia ao Ministro do Interior, ameaça ocupar todas as instalações partidárias caso o prazo não seja cumprido. 

Acusações Graves 
Os signatários, que se identificam como militantes “com direitos consagrados nos Estatutos”, alegam que Momade: 
1. Desviou fundos partidários oriundos de quatro fontes: repasses parlamentares, cotas obrigatórias de membros (cobradas “com ameaças”), doações de ONGs e verbas do Tesouro do Estado. 
2. Usou dinheiro do partido para tratamentos de saúde de luxo em Maputo, África do Sul e Índia, enquanto veteranos do DDR (programa de desmobilização pós-guerra) morrem “sem pensões prometidas”. 
3. Não convocou o Conselho Nacional há 13 meses, violando os estatutos que preveem reuniões semestrais. Segundo os dissidentes, a omissão visa evitar prestação de contas. 
4. Permitiu o abandono do general Maquinze, que faleceu no Malawi sem apoio do partido. 

Repressão e Ameaças 
A carta denuncia ainda: 
– Falsificação de documentos em cartórios notariais para forçar renúncias de deputados municipais e provinciais contrários a Momade. 
– Uso de polícia contra militantes, citando um ataque à Sede Nacional onde o presidente “estava no Comando Geral”. 
– Cooptação de desmobilizados para ameaçar membros dissidentes. 

Os dissidentes exigem um Conselho Nacional ampliado até 15 de julho para discutir: 
– Balanço das eleições de 2023 e 2024. 
– Gestão financeira e do programa DDR. 
– “O presente e futuro do partido”. 
Caso contrário, prometem “ocupar todas as instalações da Renamo”, incluindo sedes e residências com o mastro do partido. 

A crise expõe fraturas profundas na Renamo, que enfrenta tensões desde o acordo de paz de 2019. As acusações de corrupção contra a cúpula e o abandono de veteranos agravam a disputa interna, enquanto o governo é instado a não intervir “onde não há violência”. 

▶︎ A Renamo não se manifestou sobre o documento até o momento. 

Fontes: Documento assinado por membros da Renamo (03/07/2025). 
Nota: As acusações não foram verificadas de forma independente.

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