
O clima político no interior do PODEMOS volta a aquecer, desta vez com novas acusações dirigidas ao presidente do partido, Albino Forquilha, que é apontado como responsável por violar acordos internos e agir de forma unilateral. A mais recente polémica envolve a Associação Solidariedade Cívica de Moçambique (SCM), que afirma ter “ressuscitado” o PODEMOS e acusa Forquilha de “traição política e institucional”.
De acordo com a SCM, 15 dos 43 deputados eleitos sob a bandeira do PODEMOS pertencem à sua estrutura e foram decisivos para o sucesso eleitoral do partido. A associação acusa Forquilha de incumprimentos graves, alegando que o dirigente excluiu os seus membros das decisões políticas e administrativas, quebrando o compromisso de partilha de liderança estabelecido antes das eleições.
“Usaram os nossos recursos, a nossa sede e o nosso espaço quando não eram nada. Agora, que o partido tem assento parlamentar, fingem que nunca existimos”, denuncia a SCM num comunicado.
A organização ameaça romper a aliança e levar o caso a tribunal, o que poderá resultar numa divisão da bancada do PODEMOS na Assembleia da República — um cenário que complicaria ainda mais a estabilidade interna da formação.
Em resposta, o PODEMOS nega qualquer irregularidade e desvaloriza as acusações, afirmando que “não há qualquer procedência legal” nas queixas apresentadas pela SCM.
Esta nova crise surge poucos meses depois do rompimento entre Forquilha e Venâncio Mondlane, antigo aliado e candidato presidencial em 2024. Mondlane acusou o presidente do PODEMOS de ter “rasgado o acordo político coligatório” e de ter traído o compromisso de unidade oposicionista firmado antes das eleições.
Com a tensão a crescer, analistas acreditam que o PODEMOS enfrenta o risco de perder coesão política e relevância parlamentar, abrindo espaço para o fortalecimento de novos movimentos, como a Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (ANAMOLA), recentemente fundada por Venâncio Mondlane.
Entre acusações de traição, ameaças de divisão e disputas por legitimidade, o PODEMOS parece caminhar para uma encruzilhada que poderá redefinir o equilíbrio de forças na oposição moçambicana. Continue lendo
