Publicidade MozToday - Parceria
Publicidade MozToday - Formatos

Coreia do Norte executa casal de empresários por ganharem dinheiro demais

Um casal de empresários norte-coreanos, ambos na casa dos 50 anos, foi executado publicamente no distrito de Mirim, em Pyongyang, após ser acusado pelas autoridades de arrogância, enriquecimento ilícito e envolvimento em actividades consideradas “antirrepublicanas”. A informação foi divulgada por meios internacionais que acompanham de perto a situação no país.

A execução, realizada por fuzilamento, ocorreu em espaço aberto perante centenas de moradores, incluindo crianças, numa prática que organizações de direitos humanos denunciam como método de intimidação pública e reforço do controlo estatal. Testemunhas citadas pela imprensa indicam que cerca de 200 pessoas foram forçadas a assistir ao acto.

Os dois empresários geriam um negócio de venda, reparação e aluguer de bicicletas eléctricas, bem como de peças para motociclos e bicicletas convencionais. Apesar de o empreendimento estar formalmente registado no Comité Central da Federação Geral dos Sindicatos do distrito de Sadong, o casal era descrito na região como “figurões”, devido ao rápido enriquecimento e à influência que teria alcançado no sector.

As autoridades norte-coreanas acusaram o casal de ostentar riqueza, violar regras económicas impostas pelo Estado e manter comportamentos considerados contrários aos princípios da República Popular Democrática da Coreia. Entre as alegações constavam ainda transferências ilegais de moeda estrangeira e suposta ligação a entidades externas.

A Coreia do Norte raramente confirma oficialmente casos deste tipo, mas grupos de monitorização afirmam que execuções públicas continuam a ser utilizadas como instrumento de repressão e controlo social. Organizações internacionais têm reiterado preocupações com a falta de transparência e o agravamento da repressão económica num momento em que o regime intensifica medidas contra actividades privadas consideradas excessivamente lucrativas.

O episódio voltou a chamar a atenção para as severas restrições impostas a pequenos e médios negócios num país onde o Estado procura travar qualquer sinal de autonomia económica que possa pôr em causa a autoridade do regime.

Artigos relacionados