
Tete – Uma investigação conduzida pela organização Galamukani na província de Tete revelou uma prática alarmante: produtores de frangos estão a utilizar medicamentos anti-retrovirais como suplemento vitamínico para engorda das aves, pondo em risco a saúde pública.
Segundo a pesquisa, citada pelo jornalista António Chimundo, os avicultores da região têm recorrido a este método irregular numa tentativa de acelerar o crescimento dos frangos destinados ao consumo humano.
Negócio Ilícito na Cidade de Tete
A investigação apurou que, na cidade de Tete, existe um esquema de roubo e venda ilícita de medicamentos do Sistema Nacional de Saúde. Profissionais da Saúde, alegadamente, fornecem os fármacos aos produtores para revenda ilícita.
De acordo com a pesquisa, cada frasco de anti-retrovirais é vendido por valores entre 150 a 250 meticais, enquanto outros medicamentos são comercializados pelos produtores de frangos.
Especialistas Alertam para Perigos
Em conferência de imprensa, os investigadores da Galamukani explicaram que este negócio está a ocorrer na cidade de Tete de forma ilícita, com medicamentos desviados do Sistema Nacional de Saúde.
Isaías dos Anjos, pesquisador da Galamukani e revelador da prática, alertou para os perigos desta situação. “Conversámos com dois profissionais da Saúde, os quais confirmaram que, de facto, os anti-retrovirais estão a ser usados como vitamina na produção de frangos”, explicou o conferencista.
Os especialistas advertem que esses medicamentos estão a sair do Sistema Nacional de Saúde de forma ilegal, prejudicando os doentes que realmente necessitam deles para tratamento.
Situação Dramática
O conferencista classificou a situação como “dramática”, alertando para as graves consequências desta prática tanto para a saúde pública como para os pacientes que dependem destes medicamentos para o tratamento do VIH/SIDA.
O uso indiscriminado de anti-retrovirais na produção animal pode contribuir para o desenvolvimento de resistência aos medicamentos, tornando-os ineficazes para o tratamento de pessoas vivendo com VIH.
Até ao momento, não há informações sobre medidas das autoridades sanitárias ou de fiscalização para travar esta prática ilegal em Tete.
A organização Galamukani opera em Cabo Delgado e Tete, realizando pesquisas e trabalhos de monitoria em diversas áreas sociais.
