Emola, MKesh e MyBucks operam abaixo do rácio mínimo de solvabilidade exigido pelo regulador
Num momento em que os serviços financeiros digitais ganham cada vez mais popularidade, cresce também a preocupação com a segurança dos fundos depositados pelos cidadãos nestas plataformas. Segundo dados recentes, Emola, MKesh e MyBucks encontram-se a operar abaixo do rácio mínimo de solvabilidade exigido pelo Banco de Moçambique, o que levanta dúvidas sobre a sua estabilidade financeira.
O que está em causa?
O rácio de solvabilidade é um indicador essencial da capacidade de uma instituição financeira cumprir com as suas obrigações, ou seja, garantir que tem capital suficiente para responder às exigências dos seus clientes, mesmo em cenários adversos. Em Moçambique, o regulador estabeleceu o limite mínimo deste rácio nos 12%.
Contudo, informações apuradas indicam que algumas destas entidades estão a operar abaixo desse limiar, o que representa um risco potencial para os seus utilizadores, sobretudo num cenário económico incerto.
Confiança em risco
O uso generalizado de carteiras móveis e bancos digitais tem vindo a facilitar o acesso a serviços financeiros para milhares de moçambicanos, especialmente em zonas onde a banca tradicional tem pouca ou nenhuma presença. No entanto, a confiança do público só se mantém quando há garantias claras de segurança e sustentabilidade, algo que começa a ser posto em causa por estas falhas.
Especialistas defendem que o Banco de Moçambique deverá reforçar a supervisão e impor medidas correctivas às instituições em incumprimento, antes que a confiança do público seja gravemente abalada.
O que os utilizadores devem fazer?
Enquanto a situação não é clarificada pelas autoridades competentes, os cidadãos são aconselhados a:
▫️Acompanhar as actualizações oficiais do Banco de Moçambique;
▫️Diversificar os locais onde guardam o seu dinheiro;
▫️Evitar manter valores elevados em carteiras digitais com sinais de instabilidade;
▫️Exigir transparência às instituições financeiras.