
De 21 de Outubro de 2024 a 23 de Março de 2025
Venâncio Mondlane também “MATOU”.
Já chega de meias versões, a verdade precisa ser dita
Durante as manifestações, Venâncio Mondlane também matou
O presidente querido por toda nação
O eloquente, bem arrumado, líder da revolução
Tal como a UIR, no mesmo período de tensão
Talvez na mesma proporção: Ele também matou.
Venâncio Mondlane matou a ignorância dos jovens.
A juventude mudou de mentalidade,
Anda mais informada, busca com mais audácia a verdade
Os jovens já sabem que a informação é mais que poder
E somente um povo informado pode de facto vencer
Venâncio Mondlane matou o sossego dos corruptos, dos cínicos, dos assassinos.
Aos dirigentes que antes se escondiam nas sombras,
Hoje desfilam como se fossem ministros.
Sim, porque Venâncio tocou nas feridas abertas,
Mexeu onde poucos ousaram tocar
Trouxe à luz o que apodrecia no escuro
Venâncio Mondlane matou o medo de desagradar.
Hoje, os intelectuais já não se calam, apontam o dedo aos criminosos
Sem receio das consequências, sem medo de balas perdidas
Hoje o povo não tem mais medo de contrariar, desafiar e enfrentar
Hoje o povo fala a verdade na cara não importa a quem possa afetar
Venâncio Mondlane matou a bajulação, a veneração de chefes, o lambebotismo
Hoje os bajuladores andam as sombras
Muitos deles foram mortos pelas balas de palavras
Disparadas na cara em todas as lives partilhadas
Hoje, amedrontados como ratos os bajuladores acanham-se.
Envergonhados lambem botas em segredo e escondem-se
Venâncio Mondlane matou o individualismo extremo.
Pela primeira vez na história de moçambique o povo está mais unido
O preceito “se eu estiver bem, o resto que se lixe” já foi ultrapassado
Hoje sacrificamo-nos a nos mesmos para ajudar um irmão condenado
Hoje gritamos incansavelmente por todos aqueles que foram silenciados
Hoje percebemos que só um povo unido pode de facto transformar, mudar
Quebrar o regime opressor e construir um país justo, igualitário e unido
Venâncio Mondlane matou.
Matou tanto que Moçambique já não é o mesmo.
Matou as mentiras, os medos, as correntes.
Matou tanto que, em cada moçambicano, brotou a semente da esperança
A luta continua enquanto nos for roubada a dignidade
Seguiremos, passo a passo, firmes, no caminho de um revolucionário
Que nos ensinou a crer, com o peito em chamas, na mudança
Pois só quem acredita de verdade
É capaz de quebrar muros,
E alcançar, com mãos limpas, a igualdade
Venâncio Mondlane, matou, matou sim
O Moçambique das trevas e da opressão
Para ressuscitar o Moçambique da Luz e da Liberdade.
Revisão e reclamação: Natacha Socre