
O presidente da Renamo, Ossufo Momade, colocou o seu cargo à disposição da Comissão Política do partido durante uma reunião realizada a 26 de Outubro de 2024, em Maputo. A confirmação foi feita esta quarta-feira (28) por Arnaldo Chalaua, membro sénior da Renamo, em entrevista à TV Miramar.
A revelação valida a informação publicada em primeira mão pelo Boletim Eleitoral do CIP no ano passado, que noticiou a demissão de Momade, apesar de, na altura, o mandatário nacional do partido, Geraldo Carvalho, ter vindo a público desmentir veementemente a existência de tal pedido.
“A verdade é que o presidente Ossufo Momade apresentou a sua demissão durante a sessão da Comissão Política. Foi um acto interno e reservado, mas efetivamente aconteceu”, declarou Chalaua, encerrando meses de especulação e contradições internas.
Até ao momento, Ossufo Momade não se pronunciou oficialmente sobre a reconfirmação da sua renúncia, nem a Renamo esclareceu se o pedido foi aceite ou se será convocado um congresso extraordinário para eleger nova liderança.
A confirmação desta demissão poderá reconfigurar o cenário político da oposição em Moçambique, numa altura em que o país ainda vive sob tensão pós-eleitoral e se multiplicam os apelos por reformas internas nos principais partidos.
Contactado para esclarecimentos, o Centro de Integridade Pública (CIP) reiterou a veracidade da sua publicação de Outubro de 2024, sublinhando que “a transparência interna dos partidos é essencial para a credibilidade democrática”.
Com esta nova confirmação, crescem as expectativas sobre o futuro da Renamo e sobre quem poderá assumir a liderança do maior partido da oposição moçambicana.