
Kyiv/Moscovo – 2 de Junho de 2025 — A Ucrânia lançou no passado sábado o maior ataque contra a aviação militar russa desde o início da invasão em 2022, destruindo mais de 40 aeronaves em território russo. A ofensiva, levada a cabo por drones ucranianos, visou cinco bases aéreas estratégicas, num duro golpe para as forças armadas da Federação Russa.
A operação, batizada de “Telaraña”, foi coordenada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) com apoio direto do presidente Volodymyr Zelensky. Entre os aviões destruídos contam-se bombardeiros estratégicos Tu-95 e Tu-22M3, bem como aeronaves de vigilância A-50, todos considerados elementos-chave da capacidade de ataque e defesa da Rússia.
Fontes oficiais ucranianas revelaram que os danos infligidos à frota russa ultrapassam os 2 mil milhões de euros, numa ação que visou diretamente o poder de dissuasão aérea do Kremlin. As bases atingidas localizavam-se nas regiões de Murmansk, Riazán, Irkutsk e Ivánovo, muito além das linhas da frente.
A complexidade da operação surpreendeu analistas militares: os drones terão sido infiltrados em solo russo e lançados a partir de plataformas móveis camufladas, contornando os sistemas de defesa aérea russos.
Resposta Russa e Escalada
Em retaliação, Moscovo lançou nas últimas 24 horas o maior ataque com drones contra a Ucrânia desde o início da guerra. Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, 472 drones e sete mísseis foram disparados, provocando a morte de 12 soldados ucranianos e ferimentos em mais de 60 civis.
Este aumento da escalada militar surge num momento particularmente sensível, à medida que se aproximam novas negociações de paz previstas para os próximos dias em Istambul. Kyiv já confirmou a presença de uma delegação oficial, chefiada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov.
Impacto Estratégico
A destruição de mais de 40 aeronaves em território russo representa um dos maiores reveses logísticos e simbólicos para o Kremlin desde o início da invasão. Especialistas consideram que esta ofensiva poderá alterar o equilíbrio operacional no conflito e fortalecer a posição negocial da Ucrânia.
“Esta operação demonstra não apenas capacidade técnica e inteligência tática, mas também uma nova fase na guerra — uma em que a Ucrânia já consegue atingir com precisão ativos militares no coração da Rússia”, afirmou o analista militar francês Bernard Roux.
Com o conflito a entrar no seu quarto ano, esta ofensiva marca uma viragem potencial na dinâmica da guerra, enquanto a diplomacia internacional observa com expectativa os próximos desenvolvimentos.