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Sex. Jun 6th, 2025

Burkina Faso: O centro do terrorismo mundial neste momento!

Burkina Faso está, neste momento, no epicentro das preocupações geopolíticas globais, rotulado pelas potências ocidentais como “o novo centro do terrorismo mundial”. Mas a pergunta impõe-se: quem define o que é terrorismo e quem são, afinal, os verdadeiros terroristas?

A história recente mostra que a narrativa muda conforme os interesses. Osama Bin Laden, por exemplo, foi exaltado como “filho da liberdade” quando combatia os soviéticos no Afeganistão. Mais tarde, ao opor-se à ocupação americana e denunciar o tráfico de ópio – um dos negócios mais lucrativos na região –, passou a ser o inimigo número um do Ocidente.

As vozes dissonantes têm sido sistematicamente silenciadas. Denunciar a dominação imperialista dos Estados Unidos e seus aliados europeus passou a ser crime sob o pretexto de “apologia ao terrorismo”. A crítica ao terrorismo de Estado transformou-se num passaporte para sanções, perseguições e embargos.

Em Angola, muitos que ousam pensar de forma autónoma ou questionar as narrativas oficiais acabam esmagados por um sistema que serve interesses externos. Serviçais internos garantem que os dólares continuem a circular, mesmo que isso signifique a prisão de cidadãos por “leituras perigosas” – como se ler e pensar fossem crimes.

Fomos condenados por presunção, por ideias e não por actos. Três anos de prisão efectiva por suspeitas de que certos livros poderiam um dia levar à violência. O pensamento livre, neste novo regime global, é um acto subversivo.

Hoje, o nome que circula com ódio nas bocas ocidentais é Ibrahim Traoré, o jovem líder de Burkina Faso que se recusa a ajoelhar-se perante o ego americano e europeu. Como antes com Sankara, os que ousam trilhar um caminho soberano são rotulados, isolados ou eliminados.

Talvez seja tempo de o mundo questionar não apenas o que é chamado de terrorismo, mas quem tem o poder de o nomear.

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