
Tirada em 2021, esta imagem regista um momento simbólico: o então Capitão Ibrahim Traoré ao lado de um combatente VDP (Voluntário para a Defesa da Pátria), mutilado por um Dispositivo Explosivo Improvisado (DEI) durante uma das inúmeras missões de contrainsurgência em Burkina Faso.
Na época, Traoré destacava-se não apenas pela patente, mas pela postura incomum entre os oficiais superiores: permanecia nas linhas da frente, liderando pessoalmente operações em algumas das regiões mais perigosas do país. Enquanto muitos optavam por posições estratégicas à retaguarda, ele conduzia missões de reconhecimento, coordenava emboscadas e assegurava o controlo de zonas libertadas, lado a lado com tropas regulares e forças auxiliares.
A sua reputação cresceu nas planícies e florestas do Sahel. Conhecido pela capacidade de resistência em operações prolongadas e em condições adversas, Traoré recusou repetidamente cargos mais seguros no estado-maior. Preferiu sempre o comando direto de unidades de infantaria móvel, solidificando o respeito das suas tropas.

O que o distingue, no entanto, vai além da coragem física. Raro é o comandante de combate que também revela competência no plano estratégico e intelectual. Desde que assumiu a chefia de Estado, Traoré manteve-se oficialmente com a patente de Capitão — um gesto simbólico que vinca a sua identidade como homem do terreno.
Hoje, ele enfrenta desafios de outra ordem: a governação de um país em busca de estabilidade, a reestruturação de uma economia fragilizada e a necessidade de reposicionar Burkina Faso no cenário geopolítico regional. Para muitos, a sua vasta experiência operacional é precisamente o que o torna apto para liderar também em tempos de reconstrução.
Via: Zaus Kush