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Sex. Jun 6th, 2025

Sem Venâncio, PODEMOS perde voz: Forquilha falha mobilização na Beira

Beira, Moçambique – A visita de Albino Forquilha à cidade da Beira, esta semana, com o propósito de lançar uma escola de formação política do partido PODEMOS, teve um desfecho inesperado: o dirigente foi recebido com fraca afluência e aparente indiferença por parte da população local.

Forquilha deslocou-se à Beira com a intenção de impulsionar a estrutura interna do partido, seleccionando e formando novos quadros para assumirem responsabilidades políticas e organizativas. No entanto, no local, apenas alguns aliados próximos marcaram presença, evidenciando a fraca mobilização em torno do evento.

Durante o percurso pelas ruas da cidade, Albino Forquilha saudava com entusiasmo os cidadãos que se encontravam nas margens da estrada, acenando a partir do carro. Porém, a resposta da população foi praticamente nula, ilustrando a escassa popularidade ou reconhecimento do partido naquele município.

O PODEMOS, até há pouco tempo, era uma formação política pouco conhecida a nível nacional. A sua visibilidade cresceu de forma súbita após a entrada de Venâncio Mondlane, em finais de 2023, depois da rejeição oficial do partido Coligação Aliança democrática (CAD), pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Determinado a concorrer às eleições presidenciais de Outubro de 2024, Mondlane usou o PODEMOS como plataforma de candidatura.

As eleições, marcadas por denúncias generalizadas de fraude eleitoral, culminaram com a vitória oficial do partido no poder, a FRELIMO. Mondlane, que ficou em segundo lugar, contestou vigorosamente os resultados, alegando ter sido o legítimo vencedor. Nos meses seguintes, organizou uma série de manifestações por todo o país, exigindo justiça eleitoral e a recontagem dos votos.

No entanto, essa onda de contestação acabou por criar fissuras internas dentro do PODEMOS. Albino Forquilha, incomodado com a direcção combativa e cada vez mais popular de Mondlane, rompeu o acordo político que havia permitido a este último liderar o partido. Recentemente, Forquilha voltou a afirmar o seu controlo sobre o PODEMOS, num movimento que é visto por analistas como uma tentativa de recuperar protagonismo dentro de uma formação que cresceu sob a influência carismática de Venâncio Mondlane.

O episódio na Beira levanta questões sobre a legitimidade interna da liderança de Forquilha e sobre o futuro do PODEMOS, num momento em que o partido ainda tenta consolidar-se como uma alternativa viável ao status quo político moçambicano.

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