
A Vodacom Group Ltd. anunciou uma parceria histórica com a Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, para fornecer internet de alta velocidade em 25 países africanos. O acordo promete revolucionar a conectividade no continente, especialmente em zonas rurais e de difícil acesso.
Contudo, a África do Sul, país de origem da Vodacom e também terra natal de Elon Musk, ficou surpreendentemente excluída do plano inicial, devido a barreiras regulatórias locais.
A colaboração permitirá que a Vodacom integre a rede de satélites de órbita baixa da Starlink na sua infraestrutura, melhorando o desempenho e a cobertura em regiões onde as redes móveis tradicionais são caras ou inviáveis. A operadora também passará a vender serviços Starlink a empresas, oferecendo soluções de internet “inquebrável” para operações críticas.
O diretor executivo da Vodacom, Shameel Joosub, disse que o acordo está alinhado com a estratégia “Visão 2030” do grupo.
“A tecnologia de satélites de órbita baixa vai ajudar a conectar cada africano à internet, especialmente em áreas onde a infraestrutura tradicional não é viável”, afirmou.
Os países beneficiados
De acordo com fontes regionais, a parceria abrangerá mercados onde a Starlink já opera ou tem licença para operar, incluindo:
Nigéria, Moçambique, Quénia, Malawi, Ruanda, Benim, Eswatíni, Serra Leoa, Sudão do Sul, Madagáscar, Botsuana, Gana, Guiné-Bissau, Zâmbia, Cabo Verde, Níger, Libéria, Lesoto, Guiné Equatorial, Togo, Chade, República Democrática do Congo, Gabão, Somália e Burkina Faso.
Apesar da presença em quase todo o continente, a ausência da África do Sul é notável. A razão está nas leis de Empoderamento Económico Negro (BEE), que exigem 30% de propriedade local para a obtenção de licenças de telecomunicações. Elon Musk já criticou essas regras, chamando-as de “leis de propriedade racistas”, mas o regulador ICASA afirma que a Starlink nunca apresentou um pedido formal.
O ministro das Comunicações, Solly Malatsi, assegurou que o governo está a analisar milhares de contribuições sobre uma proposta que pode permitir às empresas de satélite cumprir as regras através de investimento social, e não apenas de transferência de capital.
“Estamos a priorizar o assunto — não se pode deixar as contribuições sem resposta”, disse Malatsi.
Enquanto isso, os vizinhos da África do Sul avançam para a cobertura universal de internet, e o país onde nasceu o fundador da Starlink continua a assistir do lado de fora — parado entre a política e o progresso tecnológico.
