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Aeroporto flutuante do Japão enfrenta afundamento acelerado e preocupa autoridades

Osaka, Japão – 24 de Junho de 2025
O Aeroporto Internacional de Kansai, construído sobre uma ilha artificial no meio da Baía de Osaka, está a enfrentar um grave problema de afundamento que ameaça o seu funcionamento futuro. Considerado uma obra-prima da engenharia moderna aquando da sua inauguração em 1994, o aeroporto afundou-se mais de 12 metros desde então — e continua a ceder a um ritmo preocupante.

De acordo com especialistas em engenharia civil, o afundamento resulta da compressão do solo argiloso sobre o qual foi construída a ilha artificial. Ainda que o projeto inicial previsse algum nível de assentamento, o ritmo atual — estimado em 6 centímetros por ano — ultrapassa todas as projeções. Partes da pista principal e das infraestruturas adjacentes estão já perigosamente próximas do nível do mar.

“Estamos a lutar contra a natureza desde o primeiro dia”, admite Takeshi Morimoto, engenheiro-chefe da Autoridade Aeroportuária de Kansai. “Temos vindo a aplicar soluções técnicas para desacelerar ou compensar o afundamento, mas a pressão do solo e a subida do nível do mar criam uma situação cada vez mais delicada.”

Nos últimos anos, o governo japonês e a operadora do aeroporto investiram centenas de milhões de dólares em obras de contenção. Técnicas como drenagem vertical, reforço das fundações e sistemas hidráulicos de nivelamento têm sido aplicadas para manter a estabilidade da infraestrutura. No entanto, os desafios continuam a crescer.

O alerta não é apenas técnico. Em 2018, o tufão Jebi inundou grande parte da pista e isolou o aeroporto por dias. Com as mudanças climáticas e a previsão de aumento do nível dos oceanos, os riscos de colapso logístico e económico tornaram-se reais. O aeroporto é um hub essencial para a região do Kansai, servindo mais de 30 milhões de passageiros por ano e operando voos para dezenas de países.

Apesar dos esforços contínuos, os especialistas apontam para um futuro incerto. Caso o afundamento continue ao ritmo atual, partes essenciais da infraestrutura poderão ficar inutilizáveis nas próximas décadas. Estão em estudo soluções mais drásticas, como a construção de uma nova ilha ou a migração parcial das operações para outros aeroportos da região.

Para já, o Aeroporto de Kansai continua a funcionar, mas a sua luta contra o mar está longe de terminar.

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