
Sanaa – Um ataque aéreo israelita contra a capital iemenita, Sanaa, matou na quinta-feira (28) o primeiro-ministro do governo houthi, Ahmed al-Rahawi, juntamente com vários ministros do seu executivo, confirmou o movimento rebelde apoiado pelo Irão.
De acordo com a televisão Al-Masirah, porta-voz dos houthis, a ofensiva atingiu um edifício onde decorria uma reunião governamental. Entre as vítimas, além de al-Rahawi, estavam os ministros da Educação, dos Assuntos Religiosos e da Comunicação, cujos nomes ainda não foram oficialmente divulgados.
O Exército de Israel assumiu a responsabilidade pela operação, descrevendo o alvo como uma “estrutura militar e de comando” ligada às forças houthis. Para Telavive, a eliminação de figuras políticas e administrativas de topo constitui um golpe estratégico no eixo de resistência, que reúne Hezbollah, Hamas e houthis sob patrocínio iraniano.
Este é o ataque mais devastador contra a liderança política houthi desde o início da guerra aérea conduzida por Israel e apoiada pelos Estados Unidos. Observadores internacionais alertam que a morte simultânea de vários ministros poderá provocar um vazio de liderança no governo rebelde, enfraquecendo a sua capacidade administrativa e de coordenação militar.
Em reação, a liderança houthi anunciou que o vice-primeiro-ministro assumirá interinamente a chefia do governo e prometeu “responder com firmeza” ao que classificou como “crime de guerra”.
A ofensiva ocorre num momento de intensificação dos ataques houthis contra navios no Mar Vermelho e disparos de mísseis contra território israelita, ações justificadas pelo grupo como retaliação em apoio à Palestina.
Analistas alertam que o episódio poderá marcar uma nova escalada no conflito regional, com repercussões diretas nas rotas comerciais internacionais e no já frágil processo de paz no Iémen.
