
Um novo estudo científico revelou que os homens mais velhos transmitem aos filhos um número significativamente superior de mutações genéticas potencialmente perigosas, aumentando o risco de autismo e de certos tipos de cancro.
A investigação, publicada pela New Scientist, mostra que o fenómeno está ligado ao que os cientistas chamam de “esperma egoísta” — um processo em que determinadas mutações genéticas conferem vantagem de crescimento às células que produzem esperma, levando-as a multiplicar-se mais rapidamente e a dominar a produção ao longo dos anos.
De acordo com a análise, que utilizou técnicas avançadas de sequenciação do genoma, cerca de 1 em cada 50 espermatozoides de homens com pouco mais de 30 anos apresenta uma mutação prejudicial. No entanto, esse número sobe para quase 1 em cada 20 aos 70 anos.
Os investigadores identificaram mais de 40 genes afetados por este fenómeno, muitos dos quais estão relacionados com o desenvolvimento neurológico e com doenças graves, incluindo o autismo. As mutações acumulam-se de forma exponencial, o que significa que o risco cresce de forma muito mais acentuada à medida que a idade paterna avança.
Curiosamente, o estudo também conclui que hábitos como fumar ou consumir álcool, embora aumentem as mutações no sangue, não parecem ter impacto significativo nas células do esperma, que se mostram relativamente protegidas contra fatores ambientais externos.
Os resultados desafiam a visão tradicional de que a idade materna é o principal fator genético no nascimento de crianças com doenças hereditárias. Agora, os cientistas defendem que a idade do pai deve ser considerada igualmente determinante na saúde e no desenvolvimento das gerações futuras.
Fonte: Le Page, M. (2025, 8 de outubro). “Selfish sperm see older fathers pass on more disease-causing mutations”. New Scientist.
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