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Qua. Jun 4th, 2025

Rússia responde a ofensiva contra navio Atlântida em Cabo Delgado

O navio russo Atlântida, envolvido numa missão científica de pesquisa marinha, foi alvo de um ataque armado no passado dia 10 de Maio, nas águas territoriais moçambicanas ao largo de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, no norte do país. A embarcação, transportava 40 tripulantes, entre os quais 12 cientistas, foi abordada por duas embarcações não identificadas que abriram fogo contra o navio.

A informação foi confirmada pela Embaixada da Rússia em Maputo, através da adida de imprensa Polina Jukova, que expressou a consternação perante o incidente: “Na verdade nós, certamente, como acho que todos, ficámos chocados por este incidente e este incidente causou a nossa profunda preocupação.”

Segundo Polina Jukova, o Atlântida encontrava-se a regressar ao Porto de Maputo depois de ter partido a 17 de Março para realizar uma expedição científica no âmbito de um projecto de pesquisa sobre a biomassa marinha em Moçambique. “O navio realizava uma pesquisa de Biomassa em Moçambique… e quando já estava a caminho de volta ao Porto de Maputo no dia 10 de Maio, foi alvo de um ataque por duas embarcações desconhecidas que recusaram-se a entrar em contacto com o nosso navio e começaram a disparar. É tudo que nós sabemos.”



Apesar do ataque, a diplomata russa fez questão de frisar que não houve vítimas: “Felizmente não houve nenhumas perdas humanas. Toda a tripulação está bem. Só o navio ficou um pouco danificado, mas isto não impediu o seu regresso ao porto”.

Quanto à autoria do ataque, as autoridades russas ainda não têm conclusões: “Não temos dados exactos, dados certos sobre quem perpetrou este ataque… Não tivemos a comprovação oficial de que se trata de um grupo de terroristas”, afirmou.

Mesmo sob ameaça, a missão científica não foi interrompida. De acordo com Polina Jukova, “o navio não parou os seus trabalhos de pesquisa e todo o grupo científico finalizou com sucesso os seus trabalhos”. Após o retorno a Maputo, a equipa científica seguiu para Durban, na África do Sul, onde dará continuidade à expedição científica noutras zonas do continente africano.

A Embaixada da Rússia mantém contacto com as autoridades moçambicanas, segundo Polina Jukova.

O ataque ao navio russo acontece num contexto de insegurança crescente no norte de Moçambique, onde insurgentes armados têm protagonizado ataques desde 2017. A presença de grupos armados em Cabo Delgado levanta suspeitas sobre a natureza do ataque, embora, até ao momento, nenhuma organização tenha reivindicado o ataque. As autoridades moçambicanas continuam a investigar o incidente. RFI

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