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Dom. Jun 1st, 2025

Porquê os aviões não possuem paraquedas? A resposta é simples.

Enquanto muitos passageiros se perguntam por que os aviões comerciais não dispõem de paraquedas, a resposta pode surpreender: sistemas de paraquedas para salvar aviões inteiros já existem e têm salvado vidas — mas apenas em aeronaves ligeiras.

Desde o início dos anos 2000, aviões como o Cirrus SR22, um dos monomotores mais populares do mundo, estão equipados com o CAPS (Cirrus Airframe Parachute System) — um sistema balístico que, em caso de emergência, dispara um paraquedas de grandes dimensões capaz de desacelerar a aeronave e permitir uma aterragem de emergência com alta taxa de sobrevivência.

Segundo a Cirrus Aircraft, mais de 250 vidas já foram salvas graças ao uso do CAPS, que é acionado através de uma alavanca no teto do cockpit. O sistema utiliza uma carga explosiva para lançar o paraquedas e estabilizar o avião em queda. A estrutura do aparelho sofre danos, mas os ocupantes costumam sair ilesos ou com ferimentos ligeiros.

No entanto, esta tecnologia ainda não é viável para aviões comerciais de grande porte, como os Boeing 737 ou os Airbus A350. Especialistas em engenharia aeronáutica apontam diversos entraves técnicos: um avião comercial pode pesar entre 200 e 600 toneladas, exigindo um sistema de paraquedas com dimensões e resistência incomparavelmente superiores — o que acarretaria custos altíssimos, alterações profundas na estrutura do avião e sérias implicações na segurança e eficiência do voo.

Além disso, aviões comerciais viajam a altitudes elevadas e velocidades superiores a 800 km/h, o que dificulta uma abertura controlada do paraquedas. “A força de desaceleração aplicada subitamente num avião desse tamanho poderia simplesmente partir a fuselagem ao meio”, explica o engenheiro aeroespacial Ricardo Ferreira.

A indústria da aviação prefere investir em sistemas redundantes de segurança: aviões comerciais são projetados com múltiplos motores, sistemas hidráulicos duplicados e sofisticados mecanismos de navegação e controlo. Além disso, os pilotos passam por formação contínua e simulações de falhas graves, aumentando significativamente a segurança operacional.

Embora o conceito de “paraquedas para aviões” continue a alimentar a imaginação popular, os especialistas são unânimes em afirmar que, para os gigantes do céu, a melhor proteção ainda é a prevenção e o controlo tecnológico de riscos, e não soluções mecânicas como as usadas em pequenos aviões.

Até lá, os céus continuam a ser um dos meios de transporte mais seguros — mesmo sem paraquedas.

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