
Polícia tortura cidadão até à morte e simula suicídio, acusa família

Fernando António Bovane, detido na passada quinta-feira pelas autoridades, foi declarado morto enquanto se encontrava sob custódia policial. Segundo denúncias dos seus familiares, Bovane terá sido vítima de tortura por parte dos agentes e, posteriormente, morto nas instalações policiais.
A família afirma que, após a detenção, o jovem foi submetido a agressões físicas severas, culminando na sua morte. Acrescentam ainda que os agentes responsáveis terão forjado uma cena de crime, simulando um suicídio, numa tentativa de encobrir o alegado homicídio.
“Não há dúvida de que o Fernando foi assassinado. Os sinais de espancamento são evidentes. Esta tentativa de encobrir a verdade é revoltante”, declarou um tio da vítima, visivelmente emocionado, durante o velório que decorre esta manhã no bairro de Lhanguene, na cidade de Maputo.


Até ao momento, as autoridades policiais não prestaram esclarecimentos públicos sobre as circunstâncias da detenção nem sobre as alegações da família. Organizações de direitos humanos já começam a exigir uma investigação independente e transparente.
Este caso reacende preocupações sobre alegados abusos policiais e a falta de responsabilização dentro das forças de segurança moçambicanas. A comunidade local, consternada, prepara-se para acompanhar as cerimónias fúnebres num ambiente marcado por dor, desconfiança e apelos por justiça. CDD
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